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quinta-feira, 30 de junho de 2011

'Não tem nada que possa me incriminar', diz proprietário do Porto Chibatão

Empresário afirmou que o deslizamento de uma área do complexo portuário correu por "causas naturais" e que o porto operava com a anuência do poder público.

Manaus, 24 de Novembro de 2010

André Alves

O proprietário do Porto Chibatão, José Ferreira de Oliveira, 61, disse, na tarde desta quarta-feira (24), durante audiência pública que discutiu o deslizamento de uma área do complexo portuário, que o desastre ocorreu por "causas naturais" e que o porto operava com a anuência do poder público.

Conhecido como "Passarão", José Ferreira de Oliveira aproveitou a audiência para contar parte de sua história de vida e afirmar que já passou "muita fome".
"Passei muita fome e hoje agradeço a Deus por ter um copo de água para beber", disse ele, acrescentando que veio do interior, que tem pouca escolaridade e que não entende da área técnica do porto. Em dado momento, o empresário pediu que não lhe fizessem perguntas difíceis.
De acordo com ele, a empresa seguiu todas as normas previstas em lei para operar. O empresário culpou a seca histórica deste ano pela queda da área no complexo portuário, que vitimou dois trabalhadores e afundou dezenas de contêineres e carretas.
"Nenhum órgão me falou que se houvesse essa vazante aconteceria isso (a queda da área)", comentou.
Estudo
José Ferreira de Oliveira afirmou ter contratado várias empresas para que elaborem um estudo que deverá "desvendar" o que realmente aconteceu para que o terreno desabasse. Mas ele já adiantou: "Não tem nada que possa me incriminar".

Participação
Dos representantes do poder público presentes à audiência – Secretarias de Meio Ambiente do Estado e do Município, Ministério Público Estadual, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e Instituto de Proteção Ambiental – ninguém apontou responsabilidades sobre a queda do porto.  

Investigação
A titular da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social, Catarina Torres, disse que o setor iniciou uma investigação, mas informou que a finalidade "não é culpar imediatamente sem termos uma base".

"Ainda não há uma formalização para culpar alguém nem para dizer quem deu causa a essa tragédia", afirmou a delegada Catarina Torres.
 Ela disse que pautará o trabalho de investigação da Polícia Civil por meio dos laudos de todos os órgãos envolvidos no processo.  

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