Paralisação engloba estados da Amazônia Ocidental e cidades do Amapá.
"Possivelmente, haverá uma greve histórica na Suframa", diz sindicalista.

Os servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus, no Acre (Suframa) aderiram à uma paralisação nesta quinta-feira (21) e sexta-feira (22). Dentre as reivindicações, estão melhorias nas condições de trabalho e reajuste salarial.
Segundo Renato Santos, representante do Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa) no estado, a paralisação não ocorre apenas no Acre, mas também nos estados da Amazônia Ocidental: Amazonas (AM), Rondônia (RO), Roraima (RR). Além das cidades de Macapá e Santana, no Amapá (AP).
O sindicalista diz que a interrupção dos serviços representa um alerta para que o Governo Federal abra um canal de diálogo com os funcionários do órgão. As negociações são realizadas na sede da autarquia, em Manaus (AM). "A principal reivindicação é a reestruturação dos cargos e carreiras da Suframa e o reajuste salarial. Nossa classe está insatisfeita com a postura que o governo tem adotado com relação às negociações", aponta Santos.
Os servidores reivindicam também, a melhoria da estrutura física do prédio da Suframa no Acre que, segundo eles, não oferece condições necessárias para atender às pessoas, principalmente no período de chuvas.

Paralisação começa a causar uma fila da veículos
em frente ao órgão (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
em frente ao órgão (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Santos fala ainda, que se a categoria não for atendida, haverá grande possibilidade de ser deflagrada uma greve. "Caso o governo não dialogue de forma efetiva, possivelmente, haverá uma greve sim, talvez em dezembro ou janeiro de 2014. Isso vai ser definido em assembleia e haverá uma greve histórica na Suframa".
Para o caminhoneiro Webas Andrade, que esperava a autorização da Suframa para descarregar sua mercadoria, a paralisação causa muitos prejuízos. "A paralisação não foi anunciada em rede nacional, a gente chega aqui e está tudo parado. Segunda-feira (25) vai fazer cinco dias e o custo para nós que vamos ficar parados? Estou vindo de Brasília (DF) trazendo um carregamento de bebidas e é complicado", diz.
O coordenador da Suframa no Acre, João de Deus, informou ao G1 que o órgão ainda não tem nenhum posionamento definido. "Entrei em contato com o superintendente da Suframa no Amazonas e ele informou que houve uma reunião na manhã desta terça-feira [21] com o secretário do Ministério do Desenvolvimento e agora à tarde é que vai ser passado o que foi decidido. A orientação sobre isso é que a gente não fale sobre o assunto, somente após a decisão", explica.
Paralisação de servidores da Suframa pode gerar prejuízo de R$ 200 milhões, diz Sindframa
Caminhões com produtos, entre eles perecíveis, eletroeletrônicos e componentes destinados às fábricas do Distrito, estariam presos no setor de carga do aeroporto
A manifestação acontece em frente a sede da Suframa em Manaus (Bruno Kelly)
A paralisação realizada pelos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) nesta quinta-feira (21) já reflete no setor industrial e comercial da capital amazonense. De acordo com funcionários de transportadoras, as cargas de produtos que deveriam ser entregues aos importadores estão presas no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes aguardando a liberação dos documentos obrigatórios.
Aproximadamente 90% dos servidores da Suframa estão de greve e devem permanecer parados até esta sexta-feira (22). O impacto da paralisação pode acarretar um prejuízo de até R$ 200 milhões por dia na economia local segundo o Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa).
Segundo o administrador da empresa Caxias Cargas, Sebastião Miranda, 47, desde às 9h alguns caminhões com produtos, entre eles perecíveis, eletroeletrônicos e componentes destinados às fábricas do Distrito Industrial de Manaus, estão presos no setor de carga do aeroporto.
“Queremos que alguém dê uma definição sobre a liberação dos documentos que a Suframa é responsável, os clientes do comércio e indústria aguardam a entrega dos produtos que não poderá ser realizada por causa da paralisação. Todos têm o direito de reivindicar, mas sem prejudicar o funcionamento do setor logístico, pois afeta todos os setores de Manaus”, declarou.
Reivindicações
De acordo com o presidente do Sindframa, Estênio Ferreira, a principal reivindicação da categoria é o reajuste salarial, que estaria defasado há pelo menos dois anos. Além da construção de um restaurante ou lanchonete dentro da sede do órgão, localizada no Distrito Industrial, Zona Leste de Manaus, para que os servidores públicos fizessem as refeições sem se deslocar até o Calçadão, onde habitualmente almoçam.
Cerca de 100 pessoas se reuniram na frente da sede da Suframa com cartazes, bandeiras, panfletos e carro de som para pedir as melhorias por parte da diretoria da superintendência.
A Crítica