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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para saber mais sobre o nascimento do lean

Fonte: CIMM - 27/01/2011

Na década de 1960 Eiji Toyoda subiu à presidência da Toyota Motor Corporation, no Japão. Este fato seria de pouca relevância se ele não tivesse dado o apoio que Taiichi Ohno precisava para dar início a um modelo de produção que revolucionou a indústria global, o conhecido Sistema Toyota de Produção. Os dois são considerados os responsáveis pela criação de uma técnica que evita perdas na produção, desenvolvendo uma metodologia que diminui o tempo, o risco de erros e o desperdício. Hoje, o formato de gestão lean possui fãs ao redor de todo o mundo e muitas fábricas seguem este modelo.

Mas será que foi tudo um mar de rosas entre os responsáveis por essa nova forma de se trabalhar em uma indústria? Os registros oficiais até podem dizer que sim, mas o livro O nascimento do lean - Conversas com Taiichi Ohno, Eiji Toyoda e Outras Pessoas Que Deram Forma ao Modelo mostra os impasses, desacordos e ideias discordantes existentes quando uma mudança tão grande está prestes a ocorrer. E conhecer este outro lado do processo pode ser importante para quem trabalha com o processo ou pretende implementá-lo.

Pela primeira vez lançado fora do Japão, pela editora Bookman, a obra escrita por Koichi Shimokawa e Takahiro Fujimoto traz entrevistas que revelam os bastidores desta implementação. Relações turbulentas entre gerentes e idealizadores, funcionários que não entendiam o que estava para se realizar e dificuldade de mudar o ritmo como se trabalhava fizeram parte da mudança. O livro também tenta mostrar que o sistema pretendia ser um conceito que valorizasse as relações interpessoais e a motivação dos funcionários.

Escrito a partir de entrevistas concedidas pelos envolvidos aos escritores do livro, desde o período pós implementação até o final da década de 1990, o resultado é um material de 296 páginas mais prazeroso de se ler que a maioria dos materiais sobre o sistema Toyota.

Para que serve um Black Belt?

Fonte: CIMM - 22/02/2011



Pela especialização que exigem e pelo retorno financeiro da aplicação da filosofia, os Black Belts são profissionais muito requisitados no mercado de trabalho. "O Six Sigma treina um grupo seleto de profissionais de uma empresa, que então se tornam responsáveis por grandes mudanças e melhorias através da implementação de ferramentas e técnicas, geralmente bastante complexas para que os trabalhadores da linha de frente possam usar cotidianamente", esclarece Obara.

Como parte de um processo maior, o processo Seis Sigma, e seus líderes, se encontram inseridos em uma gestão mais ampla, capaz de alcançar os outros integrantes da linha de produção. "O Lean faz uso da participação e contribuição de todos os colaboradores de empresa, com foco em atacar os problemas do dia-a-dia através da aplicação constante de conceitos simples. Seus princípios, no entanto, requerem uma mudança na cultura da empresa, liderada de cima para baixo, de forma que engaje todos os níveis hierárquicos de maneira consistente e sustentável".

Mas Sammy Obara reforça que "o importante é refletir o quanto as atividades que agregam valor representam no total das oportunidades de melhorias existentes num sistema de valor". Atualmente, é difícil que uma empresa sobreviva à concorrência sem se preocupar com redução de custos e eliminação de perdas. E ter profissionais capacitados e habilitados para colocar em prática ideias que alcancem maior lucratividade da entidade é essencial.

Resolução do custo Brasil é crucial para assegurar a competitividade do país

Fonte:
Folha de S. Paulo
23/2/2011


Não surpreende que fomos dos países que tiveram maior acréscimo nas importações em 2010. As razões são conhecidas, mas nem sempre claramente explicitadas.
A primeira explicação está ligada ao robusto crescimento da economia brasileira em 2010. Quando um país cresce no patamar de 7,5% a 8%, importar é uma necessidade. Não só essa expansão acontece para acompanhar a demanda maior como também favorece empresas, que buscam elevar a produção para aumentar a produtividade.
Portanto, é de prever que, com aceleração do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), haja maior demanda de bens importados, principalmente de bens de produção. O real valorizado incentivou as importações.
Esse incremento não tem sido registrado exclusivamente por quem está buscando ampliar sua produção, mas também de forma crescente por um acelerado processo de substituição de produtos locais por importados.
É cada vez maior o clamor de alguns setores industriais que estão perdendo mercado, principalmente para produtos da China e de outros países asiáticos que vêm servindo de biombo para as exportações chinesas.
Olhando pelo lado positivo, um câmbio mais favorável torna os produtos importados mais baratos. Portanto, podemos comprar produtos (em geral de boa qualidade) a preços mais favoráveis. Produtos importados obrigam os nacionais a melhorar a produção. A indústria automobilística é um bom exemplo.
Do lado negativo, no qual encontramos o cerne da questão para os produtores nacionais, a assimetria é fator relevante. Caso os preços relativos que compõem a base de custo dos produtores (inclusive salários) tivessem uma redução percentual equivalente à valorização da nossa moeda, teríamos uma situação de equilíbrio.
Quando e se acontece, é em um outro tempo, quando o estrago já aconteceu.
Alguns setores compensaram essa perda de competitividade pelo aumento nos preços do que exportam ou buscando diversificar suas exportações para áreas em que o dólar não seja moeda de referência. Casos raros. Assim, a indústria queixa-se da invasão dos importados e da perda de competitividade (a não ser para algumas commodities) para continuar exportando.
Será a desvalorização do dólar e a consequente valorização do real a única explicação? Hoje é quase unânime que o chamado custo Brasil está associado a essa perda de competitividade.
Em conclusão, a questão cambial é certamente aspecto crucial em competitividade, mas, como conhecemos as enormes dificuldades em desvalorizar nossa moeda (o que depende de fatores externos, que estão fora de nosso controle), é crucial atacar o custo Brasil, o que está ao nosso alcance. Roberto Teixeira da Costa, membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP e um dos fundadores do Ceal e do Cebri.

Ferrovias receberam R$ 3 bi em 2010

Fonte:
Valor Econômico
23/2/2011


As concessionárias de ferrovias investiram R$ 3 bilhões no ano passado nas malhas concedidas, segundo estimativas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). Esse valor representa aumento de 19,4% em relação a 2009. Da desestatização em 1997 até agora, os investimentos totais somaram R$ 24,03 bilhões.
A ANTF estima mais de R$ 25 bilhões em novas inversões até 2023 para a construção de 11 mil km de ferrovias. Diante desse quadro de forte expansão, a associação quer discutir com o governo as bases do novo marco regulatório para o setor. "Existem alguns problemas que precisam ser resolvidos, como os direitos de passagem, invasões ao longo dos trilhos e a expansão da malha", disse o presidente da ANTF, Rodrigo Vilaça.
Uma questão delicada dessa discussão refere-se ao direito de passagem. A associação quer preservar as operações das concessionárias sem que isso signifique restrições ao uso da malha por empresas terceirizadas. "Se um trem quebra, ele interrompe o fluxo das outras locomotivas. Por isso, é necessário que as regras sejam claras para que o direito de passagem não cause problemas", disse Vilaça.
Praticamente todos os índices do setor bateram recorde no ano passado. A produção ferroviária cresceu 104% de 1997 até 2010, chegando no ano passado a 280 bilhões de toneladas/km, a maior da história contra 137 bilhões de toneladas por km em 1997.
Os empregos diretos e indiretos gerados pelas concessionárias cresceram 131% de 1997 até 2010, atingindo nível recorde de 38 mil postos. A previsão da ANTF é de que o setor atinja 43 mil postos de trabalho em 2011, volume que não inclui a geração da indústria ferroviária nacional.
A movimentação de carga também foi a maior desde a desestatização do setor. Em 2010 foram transportados 471 milhões de toneladas de carga. A previsão é de que em 2011 o total chegue a 530 milhões de toneladas.
Apesar desse desempenho, há limites ao crescimento que, segundo a ANTF, são dados pelo sistema tributário e pelas condições de acesso ferroviário aos portos. "Os clientes perderam, ano passado, US$ 740 milhões no porto de Santos com o pagamento de demurrage, multa por atraso para embarcar as cargas dos trens para os navios. Isso prova que quando não existe uma integração entre os modais acaba-se tendo prejuízo", disse Vilaça. Do total pago em multas, 42% correspondeu às cargas de açúcar e 14% nas de soja.

Ipea critica dependência excessiva de commodities

Fonte:
Gazeta do Povo - PR
23/2/2011


Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) afirma que o modelo de exportação brasileira baseado em commodities (matérias-primas) provoca uma série de impactos negativos para o meio ambiente e para os trabalhadores, ainda que esse modelo responda por uma grande fonte de divisas e empregos. De acordo com o estudo “O comércio internacional e a sustentabilidade socioambiental no Brasil”, a exportação de commodities tem um potencial menor de gerar riquezas, criar empregos e arrecadar impostos do que se os recursos naturais fossem utilizados no próprio país. O estudo lembra que o comércio de produtos na forma bruta incentiva pouco a industrialização e as novas tecnologias.
Já no aspecto ambiental, os pesquisadores do Ipea lembram que muitos setores exportadores de matérias-primas têm impactos negativos sobre a biodiversidade (fauna e flora), pois exigem plantações em grande escala, como é o caso da cana-de-açúcar, da soja e do eucalipto. O estudo cita o uso intensivo e recorrente de agrotóxicos, que contaminam o solo e a água. Além disso, há casos frequentes de poluição do ar, como na produção de ferro-gusa, aço e nas queimadas da cana-de-açúcar.
Por fim, o Ipea ainda questiona os problemas sociais gerados pela exportação de commodities. Devido ao uso intensivo de terra, esses modelos de produção competem com a atividade da agricultura familiar, contribuindo para o êxodo rural. Ao mesmo tempo, os agrotóxicos utilizados expõem e contaminam trabalhadores e comunidades rurais. A colheita de cana-de-açúcar e a produção de carvão vegetal, por exemplo, apresentam, muitas vezes, condições inadequadas de trabalho. Problemas de saúde ambiental ainda são identificados ao longo da cadeia siderúrgica devido à exposição.
Valor agregado - O valor das exportações brasileiras cresceu cerca de 260% entre 2000 e 2008. Porém, enquanto o valor das exportações da indústria de alta tecnologia aumentou 68%, o valor das exportações de produtos não industriais cresceu 515%. Como resultado, segundo o Ipea, a participação do valor das exportações da indústria de alta intensidade no total das exportações brasileiras passou de 12% para 6%, enquanto a participação dos produtos não industrializados cresceu de 17% para 28%.
Nas conclusões do estudo, os pesquisadores do Ipea sugerem alternativas para diminuir parte dos impactos apresentados. Na questão econômica, a pesquisa sugere que os exportadores procurem agregar valor aos seus produtos, em vez de simplesmente exportar a matéria-prima bruta. Uma alternativa é avançar sobre nichos específicos do mercado internacional, onde a demanda é crescente.

Área de logística tem carências em todos os níveis

Fonte:
Valor Econômico
23/2/2011



À frente de questões como acesso a recursos para investimento, condições das estradas e falta de veículos e equipamentos, a carência de profissionais preparados para atuar em transportes e logística já é apontada como o maior limitador de crescimento por 42,7% dos empresários do setor, de acordo com pesquisa recente da Associação Nacional do Transporte de Carga & Logística (NTC&Logística).
A preocupação não se restringe à área operacional (transporte em si, responsável por quase R$ 210 bilhões, ou 7% do PIB do setor), mas também à administrativa e gerencial. Segundo a NTC&Logística, o mercado vem exigindo o uso de técnicas e de ferramentas gerenciais cada vez mais sofisticadas.
"Esse tema não é apenas uma preocupação. Já é um fato real", diz Neuto Gonçalves Dias, coordenador técnico da entidade, ao se referir às duas vertentes do problema (operacional e logística). Ele conta que, nos últimos meses, um bom número de empresas comprou novos caminhões, mas não consegue encontrar quem os conduza. Resultado: parte da frota está parada e já há perda de carga.
O coordenador da NTC&Logística avalia que um dos motivos que têm afugentado motoristas carreteiros das empresas transportadoras e, em muitos casos, gerado desistência da profissão é o baixo salário. Soma-se a isso a carga excessiva de trabalho.
Com quase 2,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil, calcula-se que haja um déficit de pelo menos 120 mil motoristas.
A Ramos Transporte atribui esse problema a outros fatores também, como falta de interesse do próprio motorista em se qualificar, a não valorização da profissão e a insuficiência de escolas de formação de motoristas.
"Estamos oferecendo cursos de qualificação, plano de saúde extensivo aos dependentes, apoio psicológico e social, além de programas de qualidade de vida, entre outras vantagens", explica Sabrina Azevedo Gomes Figueredo, consultora de Recursos Humanos da Ramos Transporte.
Na área de logística, as empresas vêm investindo, em média, 8,3% de seu faturamento anual em cursos e treinamentos.
O Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), por exemplo, verificou que, nos últimos cinco anos, o mercado de treinamento "in company" cresce 25% ao ano, bem acima dos cursos abertos, também oferecidos pelo Ilos, que tem permanecido num patamar de expansão similar ao do PIB.
"Com a falta de profissionais qualificados, as empresas do setor têm recorrido ao mercado para contratar executivos de outras áreas. Contratam e, depois, capacitam e treinam", conta Mauricio Lima, diretor de Capacitação do Ilos.
O Ilos oferece 20 programas para profissionais de logística, ao custo de R$ 800 até R$ 2,7 mil por mês. Um que tem se destacado é o de internacionalização.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Empresas brasileiras priorizam o mercado nacional de orgânicos


Cada vez mais os alimentos orgânicos – produzidos sem agrotóxicos e outras substâncias químicas – ganham espaço no supermercados e feiras livres. As empresas brasileiras, que antes exportavam seus produtos, estão de olho, agora, no mercado interno.
“É muito mais difícil para o exportador brasileiro colocar o produto acabado no mercado internacional, porque isso envolve investimento e promoção da marca. Com isso, as empresas voltaram a focar o mercado interno”, disse Ming Liu, coordenador executivo do projeto Organics Brasil presente na Biofach.
A feira, a maior do mundo em seu gênero, prossegue até sábado (19) em Nurembergue, na Alemanha, e tem a presença de 2.522 expositores de 85 países. Ainda de acordo com Liu, o mercado brasileiro de orgânicos está passando por um processo de crescimento. Ele cita que, de 2009 para 2010, somente no Pão de Açúcar, a maior rede de supermercados do Brasil que trabalha com produtos orgânicos, houve um crescimento de 40%.
Outro sinal de que o mercado interno continua em alta é o aparecimento de redes de produtos naturais de redes não convencionais, mas especializadas em orgânicos. “Essas lojas acabam se tornando um importante ponto de distribuição”, complementou.
De acordo com Liu, o mercado brasileiro de produtos orgânicos está de bola cheia, porque cada vez mais as pessoas têm buscado produtos da linha saudável. “E aí os orgânicos acabam sendo beneficiados, porque eles estão na categoria do produto light, diet, sem glúten. É um nicho que acaba beneficiando também o produto orgânico”.
Selo – Com a recente regulamentação, que entrou em vigor no país em 1º de janeiro deste ano, todos os produtos orgânicos brasileiros precisam ter, obrigatoriamente, o selo do Ministério da Agricultura atestando que se trata de um produto orgânico.
Seguindo as tendências de outros países onde houve a regulamentação, “os produtos vão crescer de forma bastante forte” prevê o coordenador executivo do projeto Organics Brasil. “Isso faz uma grande diferença para o consumidor, porque é um atestado de credibilidade”.
O selo só pode ser usado após empresas ou produtores passarem por um processo de acreditação pelos certificadores. Além disso, eles precisam ser auditados e acreditados oficialmente pelo Inmetro.
Preço alto – O alto preço dos orgânicos – não só no Brasil, mas também na Alemanha – assusta o consumidor. Este sempre foi um grande obstáculo aos orgânicos, cujo preço é influenciado, em grande parte, pela logística e pelo volume produzido, explicou Liu.
Mas a educação da população é um importante fator para se entender o alto preço desses produtos: “O consumidor tem que saber dos seus benefícios para a saúde, já que não tem produtos químicos nem agrotóxicos. Além disso, tem que saber que há uma preocupação ambiental e social que envolve toda a cadeia de produção”.
Segundo Liu, hoje, o consumidor procura saber o que há atrás desses produtos, quais as comunidades beneficiadas. “A questão do preço, então, passa a ser secundária”, salienta.
Cosméticos naturais – As grandes novidades brasileiras na Biofach deste ano são os cosméticos que têm em seus ingredientes ativos frutas como açaí e laranja produzidas organicamente. “O setor de cosméticos tem crescido de forma substancialmente forte nos últimos anos. Cada vez mais a indústria tem buscado princípios ativos naturais na fabricação de produtos de beleza”, contou Liu.
E as empresas brasileiras se beneficiam deste “boom”, através de acordos com grandes multinacionais de cosméticos. Com isso, o Brasil tem uma grande vantagem, já que seu mercado de cosméticos convencionais é o segundo maior do mundo.
“Dentro dessa realidade, há uma inclusão cada vez maior de produtos à base de alimentos na indústria de beleza, isso é uma tendência”, conclui.
(Fonte: Folha.com-18/02/11)

Sucesso em energia limpa requer mais investimentos, diz Ipea


O Brasil tem ‘potencial’ para alcançar um modelo energético menos poluente e economicamente viável se houver mais pesquisas e investimentos do Estado, diz estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça.
O estudo, chamado ‘Energia e Meio Ambiente no Brasil’, conclui que, para ser bem-sucedido nesse modelo, o Brasil precisa investir em pesquisa, distribuir melhor seus recursos e promover incentivos à produção de energia renovável.
O texto afirma que ‘muito mais do que um sacrifício para a economia nacional, a sustentabilidade ambiental deve ser vista como uma oportunidade para o desenvolvimento sócio-econômico. Esse raciocínio segue a tendência mundial, talvez irreversível, de uso de energias alternativas com responsabilidade social e ambiental’.
O desafio em relação aos biocombustíveis, para os autores da pesquisa, é se tornarem competitivos frente aos derivados de petróleo. O estudo pede mecanismos ‘capazes de remunerar o esforço da produção sustentável em toda a cadeia (produtiva)’, incluindo subsídios e renúncia fiscal por parte do governo.
No caso do etanol, o consumo, que foi de 25 bilhões de litros em 2009, deve chegar a 60 bilhões em 2017, segundo projeções.
A produção de energia eólica também tende a crescer – o setor ganhou mais 41 usinas nos últimos anos -, e o mercado de resíduos sólidos também oferece oportunidades para a geração de energia, mas ‘ainda carece de políticas de incentivo no Brasil’, segundo o Ipea.
Para o instituto, esses setores necessitam da interferência do Estado para crescerem em importância. ‘É necessário debater alternativas de compensação financeira – para municípios ou para a agricultura – para atividades de produção de energia renovável, (de forma) semelhante aos royalties do petróleo.’
Petróleo – Apesar disso, as atuais projeções apontem para uma maior dependência de combustíveis fósseis.
Atualmente, o consumo anual de petróleo no Brasil é estimado em 1,34 tonelada equivalente (tep) por habitante, média inferior à mundial (1,78 tep por habitante). Mas a tendência é que o consumo aumente significativamente no Brasil até 2030, segundo dados do Ministério de Minas e Energia citados pelo Ipea. Essa tendência de crescimento já era observada antes mesmo das descobertas do pré-sal.
(Fonte: G1-16/02/11)

Municípios buscam caminhos para manejo sustentável do lixo


A lei sobre resíduos sólidos é um grande avanço na legislação ambiental brasileira. Foi redigida de acordo com os conceitos mais atuais sobre manejo de resíduos sólidos.
Ela pode representar ganhos significativos de saúde, qualidade ambiental e valor econômico. Foi programada para entrar em vigor progressivamente para dar tempo aos municípios e às empresas para se prepararem.
Uma das áreas de impacto relevante da lei é no lixo. Ela proíbe lixões a partir de 2014. Todos os municípios terão que fazer aterros sanitários ou centrais de processamento de lixo. Os aterros não podem ser feitos em determinados locais por razões ambientais. Representam um investimento caro e nem sempre são o melhor destino para o lixo. Grande número de municípios brasileiros não têm coleta de lixo adequada e o lixo acaba nas beiras de estrada, nos rios, em áreas verdes, nas redes pluviais.
Matéria hoje no Valor mostra que parte considerável do custo do manejo do lixo nas cidades é com o transporte para os aterros que ficam a mais de 100 quilômetros de distância. E este transporte é feito em caminhões a diesel, portanto aumentam as emissões de gases estufa e a poluição associadas ao lixo, além de aumentarem o consumo de combustível fóssil. Aterros sanitários nem sempre são bem feitos e acabam sendo fonte de poluição e emissões de metano, um gás estufa muito danoso ao clima.
Muitos municípios brasileiros terão dificuldades, sozinhos, de se enquadrar na nova lei. São pequenos, têm orçamentos limitados e não têm volume de lixo suficiente para dar escala a empreendimentos econômicos rentáveis. Nem por isso seu lixo causa menos danos às suas populações e ao seu ambiente. A solução é a formação de consórcios associando vários municípios na busca por uma solução comum para o lixo.
A matéria de Luciano Máximo para o Valor mostra que outra saída é a parceria público-privada (PPP), principalmente para uso econômico integral do lixo. E a PPP é compatível com consórcios. Um grupo de municípios pode se associar para formar uma única PPP, dando escala a um empreendimento que permite associar seleção, reciclagem, uso econômico de resíduos sólidos e geração de eletricidade.
A lei sobre resíduos sólidos criará várias oportunidades importantes de negócios e é preciso que o restante das políticas governamentais se adeque a ela. Por exemplo, a geração de bioeletricidade vinda de usinas de processamento de lixo precisa ter tratamento apropriado na política energética e é uma boa oportunidade para descentralizar essa política, hoje excessivamente centralizada. O BNDES poderia abandonar linhas de crédito para atividades de alto carbono e destinar uma parcela maior de recursos a projetos econômicos de manejo de lixo municipal. A Caixa poderia parar de salvar bancos privados falidos por incúria e fraude e investir no financiamento de projetos de processamento adequado do lixo urbano. O lixo pode ter elevado valor econômico. Basta saber o que fazer com ele.
Outro exemplo de atividade econômica importante e altamente rentável estimulada pela nova lei é a logística reversa. Ela cria toda uma cadeia de atividades e serviços para recolher, desmontar e processar aparelhos elétricos, eletrônicos, máquinas, de modo a permitir o reuso, a reciclagem e a adequada destinação final dos resíduos inservíveis. É uma atividade de porte que mobilizará vultosos investimentos privados e gerará muitos empregos. Já estão sendo criadas empresas para vender serviços de logística reversa a empresas que não querem ou não têm condições de fazerem por conta própria. Empresas de porte dessa nova indústria no EUA e na Europa se preparam para entrar no mercado brasileiro.
Toda a regulamentação do manejo de resíduos sólidos derivada dessa lei incentiva fortemente a busca de resíduo zero. Ou seja, produtos que, após o uso, sejam inteiramente reusados, reciclados ou aproveitados para geração de energia ou produção de insumos, criando um circuito fechado. A meta de resíduo zero envolve mudança tecnológica, novos investimentos e novos empregos. É mais um exemplo de que a legislação ambiental não bloqueia o progresso, ao contrário, abre os caminhos de uma nova economia. O mesmo se pode dizer da eliminação de componentes tóxicos.
Um exemplo interessante de município que busca se antecipar à lei de resíduos e já começa a planejar o manejo futuro de seu lixo é dado por Luciano Máximo na matéria do Valor:
    O gasto anual da prefeitura de São Sebastião com limpeza pública é de cerca de R$ 20 milhões. Um quarto desse valor é destinado só para levar as 110 toneladas diárias de lixo até o aterro sanitário mais próximo, em Tremembé, a 165 quilômetros da cidade. A lei federal aprovada no ano passado fez o prefeito Ernani Bilotti se inquietar: “Quando o aterro de Tremembé ficar saturado vamos ter que levar nosso lixo mais longe? Não dá mais para continuar assim.”
    No ano passado, ele lançou concorrência para avaliar projetos de uma central de tratamento de lixo no município. “No litoral e na nossa região do Parque da Serra do Mar não se aprova a abertura de um aterro sanitário. A única saída é a construção de uma usina térmica ou biomecânica de lixo. Tivemos seis estudos apresentados e escolhemos a segunda opção. Agora vamos licitar a usina por PPP, porque não temos R$ 150 milhões do investimento nem condições técnicas para tocar o projeto.”
O prefeito está conversando com a comunidade sobre a localização da usina, explicando que não se trata de um aterro ou depósito de lixo, mas de uma indústria “limpa”.
Esse é o caminho. O mapa da economia de baixo carbono já existe. Quem procura acha. Só não vê quem não quer.
(Fonte:Envolverde/Ecopolítica-15/02/11)

Brasil importou US$ 2,7 bilhões em produtos químicos no mês de janeiro, aponta Abiquim


As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 2,7 bilhões em janeiro. É o maior valor em compras externas registrado pela Abiquim para o mês de janeiro. Embora o valor tenha recuado 6,8% em relação a dezembro do ano passado, na comparação com janeiro de 2010 houve crescimento de 22,5%. As exportações, de aproximadamente US$ 1,1 bilhão, caíram 15,7% frente a dezembro e cresceram 9,6% ante janeiro do ano passado. O déficit na balança comercial foi superior a US$ 1,6 bilhão no mês, praticamente o mesmo valor apurado em janeiro de 2008, antes dos efeitos da crise financeira sobre a economia mundial.
As compras de intermediários para fertilizantes mantiveram a tendência de crescimento observada nos últimos meses. Em janeiro, foram importadas mais de 1,4 milhão de toneladas, volume 20,2% superior ao mês de dezembro. Em relação a janeiro de 2010, o aumento é de 56,2%. O valor da importação desses produtos em janeiro, de US$ 500,5 milhões, praticamente dobrou em relação ao mesmo mês de 2010, com aumento de 90,4%. Em comparação a dezembro do ano passado, o crescimento é de 28,3%.
As resinas termoplásticas, com vendas de US$ 165,8 milhões, foram os produtos químicos mais exportados pelo País em janeiro. Em relação a dezembro, houve recuo de 26,4%, mas frente a janeiro de 2010 houve crescimento de 20,8%. O Brasil exportou 108,4 mil toneladas de resinas termoplásticas no mês, queda de 27% ante dezembro e crescimento de 3,7% em relação a janeiro de 2010.
As importações de produtos químicos em janeiro movimentaram volume superior a 2,6 milhões de toneladas, 33,9% mais do que no mesmo mês de 2010. As exportações, ligeiramente acima de 1 milhão de toneladas, cresceram 1,6% na mesma comparação.
(Fonte:Portal Fator Brasil-17/02/11)

Ibama aplica 10 multas em fiscalização de transporte de produtos perigosos na 163


PRF e secretaria estadual de Meio Ambiente também participaram da operação.
Barreira realizada pelo Ibama, em conjunto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a secretaria estadual do Meio Ambiente, fiscaliza o transporte de produtos perigosos na BR-163. Até agora, o valor das multas somam R$ 73,6 mil.
Segundo informações do Ibama, até a tarde de hoje, foram abordados mais de 40 carregamentos de produtos. Foram notificados 37 transportadores e dez pessoas multadas.
A operação constatou que a maior parte dos carregamentos é de combustível, dentre eles, o biodiesel, além de produtos corrosivos para a fabricação de espumas.
Além de coibir o transporte irregular de produtos perigosos, a fiscalização quer diminuir os riscos de acidentes ambientais e fazer um mapeamento de quais são os produtos perigosos que circulam pelas rodovias e estradas do Estado.
Ainda conforme o Ibama, desde o ano passado, quando as primeiras sete barreiras foram realizadas nas principais rodovias e vias de acesso, foram notificadas 182 carregamentos que atravessaram o Estado com cargas desses produtos.
Nessas barreiras, a fiscalização do Ibama foi educativa. E as empresas foram notificadas para regularizar a falta de licenciamento ambiental para o transporte desses produtos. Nas barreiras dessa etapa o Ibama notifica quem não foi abordado ainda e autua as empresas que não apresentaram o licenciamento ambiental obrigatório.
A lista de produtos perigosos soma mais de 3 mil itens entre corrosivos, explosivos, inflamáveis, solventes, infectantes, radiativos e tóxicos. Para o transporte de todos eles a legislação exige licenciamento ambiental e registro da empresa no Cadastro Técnico Federal, além de inúmeras medidas de segurança e sinalização especial nos veículos habilitados para isso.
“Já deu para constatar que a maior parte dos motoristas que transportam esses produtos têm de estar mais treinados para essa tarefa que carrega em si vários riscos”, diz o superintendente do Ibama, David Lourenço, conforme informações da assessoria de imprensa do órgão.
(Fonte:Campo Grande News – 17/02/11)

Brasil destina corretamente mais de 2.000 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos em janeiro de 2011


Volume enviado para reciclagem é 33% maior que o processado no mesmo período do ano passado.
No primeiro mês do ano, as unidades de recebimento de todo o país encaminharam para o destino ambientalmente correto 2.407 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Esse volume representa um crescimento de 33% em relação ao mesmo período de 2010, quando foram processadas 1.809 toneladas.
De acordo com o levantamento do inpEV – instituto que representa a indústria fabricante de agrotóxicos para a destinação das embalagens vazias de seus produtos –, cerca de 91% das embalagens seguiram para reciclagem.
Os estudos apontam que nove Estados apresentaram crescimento no volume destinado. Desses, os que tiveram maior destaque foram o Mato Grosso (603t), Goiás (304t), Rio Grande do Sul (304t), São Paulo (264t), Bahia (211t) e Minas Gerais (203t) e Mato Grosso do Sul (186t), que juntos respondem por 87% do volume total destinado em todo o país.
Outro dado relevante diz respeito aos percentuais de crescimento no período analisado. O Pará registrou aumento de 444%. O Rio Grande do Sul cresceu 125%, seguido pelo Maranhão, com 123%, e Minas Gerais, com 77%. Esses resultados reafirmam a consciência dos envolvidos nesse programa, que já é considerado referência mundial na gestão pós-consumo desse material.
(Fonte:Envolverde/Assessoria de Imprensa-16/02/11)

Restrição para caminhões começa em Diadema - SP

Desde ontem (14/02), caminhões terão restrição de circulação em ruas e avenidas de Diadema, na Grande São Paulo. A Secretaria Municipal de Transportes restringiu a passagem de caminhões em 11 vias do centro da cidade para melhorar o trânsito.
A restrição da circulação de caminhões é válida de segunda a sexta-feira, das 6h às 20h, e aos sábados das 6h às 14h. Os veículos urbanos de carga (Vucs), que são caminhões com largura máxima de 2,20 m, não terão a circulação restrita.
As vias que terão a restrição são: ruas São Manoel, Santo Antônio, São Francisco de
Assis, São Joaquim, São Jorge, São Judas Tadeu, Arthur Sampaio Moreira, Izaurino Lopes da Silva, Avenidas São José, Santa Maria e Nossa Senhora das Vitórias. Placas de regulamentação e faixas educativas já estão instaladas nos locais.
A fiscalização dos caminhões será eletrônica. Os motoristas que não obedecerem à restrição serão multados em R$ 85,13 e receberão quatro pontos na carteira nacional de habilitação (CNH). Os caminhões que precisam passar pelas áreas restritas devem encaminhar uma solicitação à Secretaria de Transportes de Diadema.
(Fonte: Agência Estado -15/02/11)