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terça-feira, 18 de março de 2014

MOTORISTAS SOFREM NA RODOVIA TRANSAMAZÔNICA, BR-230 E PASSAM ATÉ TRÊS DIAS PARA SAIR DE ATOLEIROS.


Congestionamento de veículos em atoleiro na comunidade Nazaré
Enquanto políticos pregam em seus discursos o desenvolvimento da Rodovia Transamazônica – BR-230, motoristas e passageiros vivem uma realidade diferente do que é falado nestes discursos. Prova disso é o que vem ocorrendo na BR nos últimos dias. Parte da estrada na região de Altamira, Pacajá, Brasil Novo e Marabá já foi asfaltada, mas nunca os trabalhos terminam o que acaba causando transtorno para quem precisa dela.
Motoristas passam até três dias nos atoleiros
Na semana passada, em dois trechos da estrada ficaram intrafegáveis, atoleiros localizados entre Bom Jardim e a Vila Nazaré, duas comunidades localizadas entre Pacajá e Anapú, no trecho entre Marabá e Altamira. Outro trecho da Rodovia entre
Passageiros tentam ajudar caminhoneiros a saírem do atoleiro
na tentativa de abrir passagem para o ônibus
Altamira e Uruará na altura do Km 105, a situação também é muito preocupante. Lá, motoristas e passageiros enfrentam sérios problemas para alcançarem seus destinos e muitos deles ficam até 3 dias à espera de uma oportunidade para cortarem a lama e seguirem o caminho traçado para a viajem. Tudo isso resulta de uma herança de mais de 40 anos de descaso pois desde que a BR-230 foi construída na década de 70, a rodovia nunca foi vista como prioridade pelos governos e todo esse transtorno tem sido causado pelas deficiências na infraestrutura que dificultam a trafegabilidade.
Atoleiro entre as comunidades Bom Jardim e Nazaré
As filas de veículos parados nos atoleiros, entre eles caminhões carregados de mercadorias perecíveis, alcançaram mais de um Km de extensão prejudicando os passageiros que precisam do transporte de ônibus para chegar à capital ou cidades próximas. Cargas perecíveis como frutas e verduras originadas dos Estados do Sul e Sudeste do país que abastecem os supermercados de Altamira e municípios vizinhos, acabam chegando ao destino final sem condições de consumo gerando prejuízos para os produtores, para os caminhoneiros, para os comerciantes e para o consumidor, pois boa parte dos produtos que chegam tem que ser jogados fora pela falta de condições de consumo e a outra parte acaba por ter seu valor alterado, chegando ao consumidor mais caro que o normal.

As filas de Caminhões chegou a mais de 1 km de extensão
Proprietários de fazendas ás margens da Rodovia utilizam os tratores par puxarem os veículos nos atoleiros e cobram de R$ 30,00 a R$ 100,00 para isso. A rodovia Transamazônica começa no Nordeste, em Cabedelo no Estado da Paraíba e termina em Lábrea, no Amazonas. Mas no estado do Pará, ela se transforma em uma imensidão de abandono e os problemas estão em quase toda parte.
Por: Valdemídio Silva

Chuvas fortes pioram as condições da rodovia Transamazônica

 
 
 
Nos últimos cinco dias as chuvas foram intensas na região e a dificuldade de trafegar na rodovia ficou ainda maior.
 
Os veículos pesados enfrentam maior dificuldade para passar pelos atoleiros. Um caminhão tanque, carregado com 20 mil litros de óleo, não conseguiu passar pela lama e tombou na estrada.

Os motoristas que arriscam seguir a viagem acabam ficando atolados. E é nessa hora que entram em ação os moradores das margens da rodovia. 
 
 
Oito tratores ajudam os caminhoneiros a tentar vencer a lama, mas segundo o agricultor Cristiano Porfírio, o serviço não é de graça. “Caminhão grande a gente cobra R$ 100, carro pequeno R$ 30 e caminhonete R$70”, explica o morador.
 
Alguns motoristas estão parados no atoleiro há três dias e as cargas perecíveis já começam a estragar. Um carregamento com 15 toneladas de tomate, que veio da Bahia para Santarém corre o risco de se perder.
“Eu já liguei para o proprietário porque a situação está difícil. Esse tomate vai ser posto em um navio no porto de Manaus e já vai chegar com uma qualidade muito danificada”, explica o produtor rural Ademir de Camargo.
A situação crítica das rodovias deixa os passageiros preocupados e a longa espera prejudica quem precisa viajar com urgência. Mulheres, crianças e idosos sofrem com a falta de comida e água. O motorista Altemir Oliveira conta que os passageiros passam dificuldades. “Dormem amontoados dentro do ônibus e às vezes precisam fazer vaquinha para pagar o trator para puxar o carro”, conta.

 
A agricultora Maria Iris, que está doente, teve que caminhar uma longa distância para conseguir atravessar o atoleiro e seguir viagem para Belém.
 
 
 
“Tem oito anos que eu faço Tratamento em Belém e é obrigado a gente ir de balsa porque não tem estrada. Isso aqui não é de agora não, essa estrada Transamazônica aqui é abandonada. Os agricultores sofrem demais”, afirma.

 
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) foi procurado, mas não respondeu as solicitações.
Texto G1

sexta-feira, 7 de março de 2014

Defasagem no frete da rota São Paulo - Manaus é de 34,75%




07 de Março de 2014 - 02:10 horas / NTC&Logística

A rota rodo-fluvial Manaus – São Paulo – Manaus é responsável por grande parte da distribuição dos produtos produzidos na Zona Franca de Manaus e na cidade de São Paulo. É uma das mais longas, demoradas e movimentadas rotas do Brasil. O trajeto compreende um trecho rodoviário de 2.960 quilômetros com duração de aproximadamente cinco dias e, uma etapa fluvial, onde as carretas (semirreboques) seguem de balsa, em mais cinco a oito dias. O ciclo completo do serviço de transporte leva quase um mês e soma cerca de seis mil quilômetros percorridos.

Nesta operação os custos diretos envolvidos, relativos aos veículos, representam quase 60% do total da viagem. E se considerarmos que a balsa também é um custo direto a participação sobe para 78%. Os 22% restantes se referem às despesas administrativas indiretas e aos impostos incidentes (PIS e COFINS).

Considerando todos os custos envolvidos, um estudo do DECOPE apurou um custo total para a rota São Paulo - Manaus com carga tipo lotação de R$ 36.382,70 (valor referente a janeiro de 2014) para ida e volta. Este custo refere-se a todo o processo envolvido no serviço de transporte, contudo não contempla lucro.

Após analisar os custos da rota e o valor de mercado, a NTC esclarece aos que operam ou utilizam o transporte rodoviário de carga sobre a necessidade de se atualizar os valores dos seus custos. Calcula-se uma defasagem média de 34,75% para um conjunto cavalo mecânico tracionando uma carreta de três eixos. Além disso, é importante que os transportadores sejam devidamente remunerados por todas as generalidades e serviços adicionais, tais como: tempo do caminhão parado no cliente e nos postos fiscais, a permanência da carga nos terminais, a cubagem das cargas volumosas, manuseio, paletização, unitização, escoltas e custos com gerenciamento de riscos. Além dos custos decorrentes das restrições a circulação dos veículos, entre outros.

É bom lembrar que esta é uma rota com grandes variações de demanda ao longo do ano, e com desequilíbrios nos fluxos de ida e volta, o que reduz muito a produtividade e encarece substancialmente o serviço de transporte rodoviário de cargas. O estudo aponta para a necessidade de se recompor imediatamente os valores de frete desta rota, para permitir a cobertura dos custos, a reposição das margens de lucro e assegurar os investimentos necessários para que a demanda de carga possa ser atendida dentro da normalidade. Caso contrário, o transporte rodoviário de cargas pode se transformar em grave ponto de estrangulamento para os que utilizam a mesma.

É fortemente recomendável que os usuários dos serviços de transportes rodoviários de cargas revejam as suas políticas de contratação de fretes. Se não o fizerem, correm o risco de verem, em muito breve, suas demandas não supridas, ou no mínimo, atendidas abaixo do padrão de qualidade e segurança necessário e esperado.

São Paulo, 07 de março de 2014

NTC&Logística

quinta-feira, 6 de março de 2014

Rondonia e Acre ficam isolados


Pubicado em: qua, fev 26th, 2014


Alagamento do Rio Madeira, no Acre: cheia supera todos os recordes históricos
 

A situação das cidades atingidas pela cheia do Rio Madeira em Rondônia e no Acre voltou a ter destaque nos debates do Senado na sessão desta segunda-feira (24). O nível do rio chegou a 18,5 metros na manhã de hoje. Esse registro supera todas as marcas históricas e agrava a situação das populações atingidas pelas cheias em Rondônia e no Acre há quase um mês.
Desde o início das enchentes, os senadores dos estados atingidos têm utilizado a tribuna para expor as conseqüências da cheia para as populações ribeirinhas e para a economia. Também reivindicam socorro para as famílias desabrigadas ou desalojadas — mais de 8 mil somente em Porto Velho, distritos e cidades vizinhas — e soluções definitivas para o problema.
O senador Anibal Diniz (PT-AC) manifestou sua preocupação com a enchente do Madeira. Além de várias famílias estarem desabrigadas, a BR-364 está com o tráfego interrompido em vários trechos por causa da cheia. Por essa razão o abastecimento de alimentos e combustível para as cidades está comprometido.
- Toda essa situação mostra o quanto é delicado promover o desenvolvimento na região amazônica, o quanto é delicado gerenciar estados amazônicos – disse Anibal.
Esclarecimentos
O senador Jorge Viana (PT-AC), que na semana passada pediu a ajuda do governo federal para as vítimas das enchentes no Acre, quer esclarecimentos sobre os estudos realizados para a construção da BR-364. Por causa da enchente, a rodovia, única ligação rodoviária entre o Acre e o resto do Brasil e fundamental para o escoamento da produção das Regiões Norte e Centro Oeste, ficou submersa em vários trechos.
O parlamentar quer que o Ministério dos Transportes faça uma investigação sobre o motivo de a estrada ficar com trechos alagados quando o nível do rio sobe.
— É muito estranho que não se tenha as informações necessárias para estabelecer o leito da BR-364 — disse o senador.
Jorge Viana também vai enviar ao Ministério de Minas e Energia requerimento questionando se as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau são responsáveis pelo transbordamento do Rio Madeira.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pediu atenção das autoridades. Ele disse que a enchente é mais grave do que as registradas em 1982 e em 1997 e acredita que o motivo não seja apenas o excesso de chuva:
— Segundo dados também científicos, o degelo na Cordilheira dos Andes foi maior este ano do que em anos anteriores — observou o senador, acrescentando que a água do degelo corre para os Rios Madre de Dios, Bene e Mamoré e chega até Porto Velho, desaguando pelo Rio Amazonas.
Recursos federais
Ao lamentar a cheia do Rio Madiera e suas conseqüências, Acir Gurgacz, disse que o maior drama virá quando as águas baixarem, por isso pediu ao governo federal a liberação de recursos para que os governos estaduais e municipais possam ajudar as famílias desabrigadas.
— Este ano a cheia foi muito maior e a situação já é de calamidade pública em muitos locais. Os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré estão completamente ilhados, visto que o trânsito de veículos e caminhões foi interrompido na BR-364, que também deixa o Acre em situação difícil, sem ligação rodoviária. Começa a faltar alimentos no supermercado, água potável, gás de cozinha e também combustível — alertou o senador.
Também na semana passada, o senador Ivo Cassol (PP-RO) chamou a atenção para a importância da ajuda do governo para as famílias ribeirinhas afetadas pela enchente do Rio Madeira.
Cassol disse que o governo já está promovendo ações de distribuição de cestas básicas e medicamentos, mas pediu aos prefeitos dos municípios atingidos para que agilizem as ações junto ao governo federal de forma que essas famílias tenham acesso a recursos financeiros para custear pequenas despesas.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)