Pubicado
em: qua, fev
26th, 2014
Alagamento do Rio Madeira, no Acre: cheia supera
todos os recordes históricos
A
situação das cidades atingidas pela cheia do Rio Madeira em Rondônia e no Acre
voltou a ter destaque nos debates do Senado na sessão desta segunda-feira (24).
O nível do rio chegou a 18,5 metros na manhã de hoje. Esse registro supera
todas as marcas históricas e agrava a situação das populações atingidas pelas
cheias em Rondônia e no Acre há quase um mês.
Desde o
início das enchentes, os senadores dos estados atingidos têm utilizado a
tribuna para expor as conseqüências da cheia para as populações ribeirinhas e
para a economia. Também reivindicam socorro para as famílias desabrigadas ou
desalojadas — mais de 8 mil somente em Porto Velho, distritos e cidades
vizinhas — e soluções definitivas para o problema.
O senador
Anibal Diniz (PT-AC) manifestou sua preocupação com a enchente do Madeira. Além
de várias famílias estarem desabrigadas, a BR-364 está com o tráfego
interrompido em vários trechos por causa da cheia. Por essa razão o
abastecimento de alimentos e combustível para as cidades está comprometido.
- Toda
essa situação mostra o quanto é delicado promover o desenvolvimento na região
amazônica, o quanto é delicado gerenciar estados amazônicos – disse Anibal.
Esclarecimentos
O senador
Jorge Viana (PT-AC), que na semana passada pediu a ajuda do governo federal
para as vítimas das enchentes no Acre, quer esclarecimentos sobre os estudos
realizados para a construção da BR-364. Por causa da enchente, a rodovia, única
ligação rodoviária entre o Acre e o resto do Brasil e fundamental para o
escoamento da produção das Regiões Norte e Centro Oeste, ficou submersa em
vários trechos.
O parlamentar
quer que o Ministério dos Transportes faça uma investigação sobre o motivo de a
estrada ficar com trechos alagados quando o nível do rio sobe.
— É muito
estranho que não se tenha as informações necessárias para estabelecer o leito
da BR-364 — disse o senador.
Jorge
Viana também vai enviar ao Ministério de Minas e Energia requerimento
questionando se as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau são responsáveis pelo
transbordamento do Rio Madeira.
O senador
Valdir Raupp (PMDB-RO) pediu atenção das autoridades. Ele disse que a enchente
é mais grave do que as registradas em 1982 e em 1997 e acredita que o motivo
não seja apenas o excesso de chuva:
— Segundo
dados também científicos, o degelo na Cordilheira dos Andes foi maior este ano
do que em anos anteriores — observou o senador, acrescentando que a água do
degelo corre para os Rios Madre de Dios, Bene e Mamoré e chega até Porto Velho,
desaguando pelo Rio Amazonas.
Recursos
federais
Ao
lamentar a cheia do Rio Madiera e suas conseqüências, Acir Gurgacz, disse
que o maior drama virá quando as águas baixarem, por isso pediu ao governo
federal a liberação de recursos para que os governos estaduais e municipais
possam ajudar as famílias desabrigadas.
— Este
ano a cheia foi muito maior e a situação já é de calamidade pública em muitos
locais. Os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré estão completamente
ilhados, visto que o trânsito de veículos e caminhões foi interrompido na
BR-364, que também deixa o Acre em situação difícil, sem ligação rodoviária.
Começa a faltar alimentos no supermercado, água potável, gás de cozinha e
também combustível — alertou o senador.
Também na
semana passada, o senador Ivo Cassol (PP-RO) chamou a atenção para a
importância da ajuda do governo para as famílias ribeirinhas afetadas pela
enchente do Rio Madeira.
Cassol
disse que o governo já está promovendo ações de distribuição de cestas básicas
e medicamentos, mas pediu aos prefeitos dos municípios atingidos para que
agilizem as ações junto ao governo federal de forma que essas famílias tenham
acesso a recursos financeiros para custear pequenas despesas.
Agência
Senado
(Reprodução
autorizada mediante citação da Agência Senado)