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quinta-feira, 18 de junho de 2015

GREVE DA SUFRAMA CHEGA AO 25º DIA

17/06/2015 06h05 - Atualizado em 17/06/2015 14h16

Mercadoria retida durante greve da Suframa acumula R$ 394,6 milhões

Paralisação de servidores chega a 25º dia nesta quarta-feira (16).
Segundo Cieam, mais de mil carretas estão paradas.

Diego Toledano Do G1 AM
Atividades foram suspensas na manhã desta terça (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM) 
Atividades foram suspensas em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
Os efeitos da paralisação dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) - que completa 25 dias nesta quarta-feira (17) - começam a ser sentidos pela indústria. Segundo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), cerca de 1.127 carretas estão retidas em portos de Manaus, o que equivale a R$ 394, 6 milhões em mercadorias. A categoria protesta contra o veto do Governo Federal para a medida que reavaliaria o plano de cargos e carreiras dos servidores.
Os carregamentos das carretas paradas chegam a 22.460 toneladas. Em entrevista ao G1, o diretor executivo do Cieam, Ronaldo Mota, contou que os prejuízos da greve têm chegado às empresas.
"Por enquanto, a indústria não contabilizou prejuízos diretos com relação às vendas. A continuidade delas com certeza vai ser um problema - já que boa parte dessas carretas traz matéria-prima para a indústria, que alimenta o país inteiro", disse.
Embora a quantidade alarmante de mercadorias retidas ainda não cause sintomas no preço final de produtos que chegam às prateleiras, Mota ressaltou que a situação pode ser agravada caso a greve dos servidores se prolongue por mais tempo.
"Já existe, de certa forma, um prejuízo financeiro para as empresas que estão importando esses materiais, porque a fatura para o pagamento vai chegar normalmente, e o empresário vai ter que pagar sem estar com as encomendas em mãos", disse ele, destacando que existe ainda a parcela do valor pago destinada à arrecadação do Estado.
Na tentativa de amenizar a situação instável da indústria amazonense, a 3ª Vara Federal determinou que um grupo de servidores da Secretaria de Fazenda do Amazonas (Sefaz-AM) assuma atribuições da Suframa. De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom), os servidores devem atuar em atividades de fiscalização, concessão de licenças de importação, desembaraço de mercadorias e análise de projetos de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), comprometidas com a greve.

(Foto: Jamile Alves/G1 AM) 
"A Sefaz já faz isso para o estado, e pode fazer para a Suframa também. Ainda assim, é necessário entender que a aplicação da medida não é imediata. Espera-se que, hoje ou amanhã, já exista uma determinação sobre a liberação das mercadorias nacionais", comentou Mota.
A greve
A categoria anunciou a greve como protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff em relação à medida provisória 660, que determina a reestruturação do plano de cargos e carreiras. A mobilização acontece em todos os cinco estados e 14 unidades em que a Suframa atua. A paralisação conta com aproximadamente 95% de adesão.
Mais de duas semanas após o início da paralisação, a categoria permanece sem respostas do Governo Federal. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, houve uma reunião com o Ministério do Planejamento no dia 26 de maio.
"Não recebemos uma resposta definida - seja ela positiva ou negativa. Esperamos agora pelo dia 11 de maio, quando irá acontecer audiência no Congresso Nacional para discutir o veto", disse.



15/06/2015 21h56 - Atualizado em 15/06/2015 22h36

Em greve, servidores da Suframa no Acre pedem apoio de empresários

Classe pede que empresários solicitem derrubada de veto a deputados.
Greve por tempo indeterminado foi deflagrada no dia 21 de maio.

Iryá Rodrigues Do G1 AC

Segundo grevista, apenas 30% da categoria continua fiscalizando mercadorias durante o período de greve (Foto: Arquivo pessoal)Suframa está em greve desde o dia 21 de maio
(Foto: Arquivo pessoal)
Há 25 dias em greve, os servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no Acre se reuniram com empresários, nesta segunda-feira (15), para apresentar suas reivindicações e pedir apoio do setor. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa), Renato Santos, a intenção é que os empresários solicitem aos deputados federais e senadores da República, apoio para a derrubada do veto da Medida Provisória 660, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores.

Ao menos 20 empresários locais participaram da reunião, entre eles, representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio), da Associação Comercial do Acre (Acisa).

De acordo com Santos, a votação para a derrubada do veto está prevista para ocorrer nesta terça-feira (16), em Brasília. Os servidores precisam de ao menos 257 votos de deputados federais, mais 41 de senadores para conseguir a derrubada do veto.

Santos ressalta que mais de 200 carretas estão paradas na Suframa por conta da greve. "Apresentamos para os empresários a atual situação da Suframa, e explicamos a razão de suas mercadorias estarem paradas. Caso o veto não seja derrubado, os servidores da Suframa permanecerão em greve por tempo indeterminado", afirma.

Entenda o caso
Desde o dia 21 de maio deste ano, os servidores da a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) estão em greve. De acordo com o vice-presidente do Sindframa, Renato Santos, a greve deve seguir por tempo indeterminado, até que seja derrubado o veto a um artigo da Medida Provisória 660, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores.

Ainda segundo Santos, recentemente, um juiz acatou o pedido de uma outra ação de caminhoneiros, onde cinco servidores da servidores da Secretaria de Estado da Fazenda foram disponibilizados para realizar alguns serviços.

"Esses cinco funcionários da Sefaz foram disponibilizados para fazer o serviço de 300 servidores da Sufram
a. O interessante é que o servidor da Sefaz recebe em média R$ 20 mil e o da Suframa, no mesmo nível, recebe R$ 5 mil, ou seja, eles recebem 400 vezes mais que nós. Estamos brigando pela estrutura do prédio, liberação de recursos para investimentos nas unidades e não apenas a questão salarial", falou.

Segundo o MPF-AC a solicitação de intervenção dos caminhoneiros ainda não chegou ao órgão. Entretanto, explicou que já interviu em outras situações como essa, mas que só pode tomar as medidas necessárias após a formalização das exigências e análise da situação dos caminhoneiros.

Alegando prejuízos , a Associação Acreana de Supermercados (Asas) cogita a possibilidade de acionar a Justiça para que as mercadorias que chegam ao estado sejam descarregadas sem o registro imediato do órgão.