Preço da gasolina será reduzido em 2,08% e do
diesel em 1,54%. Caminhoneiros voltam a protestar em rodovias contra preço dos
combustíveis.
Por Darlan Alvarenga e Marta
Cavallini, G1
22/05/2018 09h03 Atualizado há 1 hora
Após uma sequência de reajustes praticamente
diários, a Petrobras reduzirá os preços da gasolina em 2,08% e os do diesel em
1,54% nas refinarias a partir desta quarta-feira (23), em meio a discussões
dentro do governo sobre a alta dos preços dos combustíveis e protestos de
caminhoneiros.
Segundo informou a petroleira, o preço da gasolina
nas refinarias cairá de R$ 2,0867 o litro para R$ 2,0433 a partir desta quarta.
Já o preço do diesel será reduzido de R$ 2,3716 para R$ 2,3351.
A Petrobras adota novo formato na política de
ajuste de preços desde 3 de julho do ano passado. Pela nova metodologia, os
reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as
variações do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar.
Somente na semana passada, foram 5 reajustes diários seguidos.
Na véspera, a estatal tinha anunciado um novo aumento nos preços
do diesel e da gasolina, elevando os preços dos combustíveis para novas máximas dentro
da política da estatal. Desde o início da nova sistemática de reajustes adotada
pela Petrobras, o preço da gasolina comercializada nas refinarias acumulava
aumento de 58,76% e o do diesel, de 59,32%, segundo o Valor Online.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, atribuiu a redução de preços anunciada nesta terça à queda
do dólar na véspera. "A redução de hoje é simples de
entender. Houve uma redução importante de câmbio ontem. Prova de que essa
política tanto funciona na direção de subir os preços e de cair os
preços", disse nesta manhã, em Brasília.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 1,4%, a R$
3,6886, após o Banco Central aumentar a oferta da moeda americana no
mercado. Nesta terça, a moeda dos EUA seguia em queda e era negociada no
patamar de R$ 3,65.
Gasolina
teve 12 altas só neste mês
Evolução
dos preços cobrados pela Petrobras nas refinarias nas últimas semanas (Foto:
Divulgação)
Em maio, já foram anunciadas 10 altas e 5 quedas no
preço do litro do diesel. No caso da gasolina foram 12 altas, 2 quedas e uma
estabilidade. A última queda no preço da gasolina nas refinarias tinha ocorrido
em 3 de maio. Na ocasião, o valor do litro da refinaria foi reduzido em 0,99%,
de R$ 1,8072 para R$ 1,7893. No caso do diesel, a última redução ocorreu no dia
12 de maio, quando o preço passou de R$ 2,2361 para R$ 2,2162, queda de 0,88%.
Governo
discute alta dos preços
O governo marcou uma reunião nesta terça-feira para discutir a alta
dos combustíveis. Participam do encontro os ministros Eduardo
Guardia (Fazenda) e Moreira Franco (Minas e Energia) e o presidente da
Petrobras, Pedro Parente.
Na saída do encontro, Parente disse que a política de reajustes dos preços de combustíveis da
empresa não será alterada.
"Na abertura da reunião, foi logo esclarecido
que de maneira nenhuma o objetivo seria o governo pedir qualquer mudança na
politica de preços da Petrobras. Porque é reconhecida que é uma consequência
dos preços internacionais e do câmbio. Portanto, não houve discussão em relação
a política de preços da Petrobras, que está exatamente como estava antes: sem
qualquer mudança", disse ele.
Na segunda-feira (21), caminhoneiros pararam o
trânsito em rodovias de 20 estados e no DF contra a escalada de aumentos dos
combustíveis e nesta terça-feira novos protestos são registrados no país.
Impacto
no preço cobrado nos postos
A decisão de repassar o aumento do valor do
combustível cobrado nas refinarias para o consumidor final é dos postos de
combustíveis.
Em comunicado divulgado na sexta-feira (18), a
Petrobras voltou a justificar os reajustes diários, afirmando que os
combustíveis derivados de petróleo são commodities, que os o preços estão
"atrelados aos mercados internacionais".
Nesta segunda-feira, o barril de petróleo no EUA
atingiu o maior valor desde novembro de 2014, e encerrou a US$ 72,24,
sustentado por uma forte demanda global e um acordo de corte de oferta entre a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e outros
países não-membros.
Na semana passada, o preço médio da gasolina nos postos do país atingiu novas máximas
no ano, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do litro de gasolina para os
consumidores ficou em R$ 4,284, ante R$ 4,257 na semana anterior. Com o novo
aumento, a gasolina acumula alta de 4,51% desde o início do ano. Desde julho do
ano passado, a alta é de mais de 22%.
O valor do diesel também terminou a semana em alta.
Segundo a ANP, o valor médio por litro passou para R$ 3,595, acumulando avanço
de 8% no ano e de 21,5% desde julho do ano passado.
Em sua defesa, a Petrobras afirma "não tem o
poder de formar" os preços praticados nos postos de combustíveis e que a
mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da
cadeia de combustíveis.
O preço final é composto basicamente por 4
parcelas: realização do produtor ou importador, custo do etanol anidro,
tributos (ICMS, PIS/PAsep e Cofins, e CIDE), e margens de distribuição e
revenda.
Segundo a Petrobras, no período entre 6 e 12 de
maio, o preço da gasolina comum para os consumidores foi formado pela seguinte
proporção: 32% realização da Petrobras, incluindo custos e lucro, 29% impostos
estaduais (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS), 16% impostos
da União (Cide, PIS/Pasep e Cofins), 11% do etanol adicionado à gasolina e 12%
se refere à distribuição e revenda.
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